domingo, 25 de maio de 2008

Indiana Jones e o Templo Perdido

Esse fim de semana realmente foi incrível para quem, como eu, nasceu na década de 80. Apesar de Iron Man e Speed Racer nas telas, dia 22 marcou o lançamento de Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal. Já fui avisando onde passaria meu sábado. Claro, deixei para ver por ultimo o Indiana Jones, meu herói preferido do Silver Screen. E como muitos da minha geração esta foi a primeira oportunidade de assistir o aventureiro encarar os vilões internacionais no telão. Que emoção.
Tentei evitar qualquer informação prévia sobre o filme para poder apreciar cada segundo com total surpresa. Varias vezes sai correndo de grupos onde o assunto brotava. Mas apesar de meus esforços lunáticos, fiquei sabendo através do orgulho patriótico de meu barbeiro que “sabia que o Indiano Johnys passa pelo Brasil nesse filme.”
Minha cabeça começou a girar. Tantas possibilidades. Tanto suspenso. Como seria? Quem seria o vilão? Comecei logo a imaginar o nosso “Indy” agora envelhecido, passando pelo Brasil. Quantos problemas a desafiar, inclusão social, racismo, economia... Porem, tenho que admitir que esperei o mesmo senso de “atualidade” que outros diretores têm dado aos heróis requentados recentemente (como o heptagenário Silvester Stallone espancando o campeão dos pessos pessados em Rocky Balboa). Tinha até imaginado alguns títulos no contexto Brasil como Indiana Jones e o Labirinto do Cartão Corporativo ou Indiana Jones e o Escândalo do Superfaturamento da Faetec. O que não faltou foi títulos.
Na verdade o que não falta no Brasil, são escândalos e obstáculos para um herói do calibre do Dr. Jones. Mas parece que os heróis não estão sendo produzidos no solo nacional em tanta freqüência quanto nos cinemas. O mais recente garoto propaganda, O Minc, já teve seus primeiros dois planos para controlar o desmatamento barrados, e agora acaba de admitir que vai começar a passar licitações mais rapidamente. Parece brincadeira, mas também o que se espera de um ministro sem terno (Ó xente!). E enquanto o Minc aparece nas capas dos diários vestido de palhaço com aqueles coletes, Cabral, demonstra na pagina dois todo seu talento ao andar de bicicleta. Agora só falta o nosso ursinho, O Lula, começar a fazer malabarismos, enquanto engole fogo, ou água ardente, e teremos um belo circo.
Mas parece que Indiana Jones também não se preocupa muito com a Amazônia. E ironicamente a ultima cena do filme é de Indiana e sua família sorrindo num por de sol enquanto ruínas indígenas explodem, destruindo parte do patrimônio Amazônico. Mas apesar de encaixar bem na atual politica do governo federal de ficar feliz com o desmatamento, tenho que admitir que esperava mais de nosso herói. Na realidade, só faltou o Indiana botar fogo em parte da mata Amazônica e começar a plantar arroz.

3 comentários:

Maria Teresa disse...

Oi Pedroca,
sua verve está cada vez mais afiada!
Quase não encontramos mais as escorregadelas na língua mãe.
Texto crítico e gostoso de ler.
Parabéns!
Um abraço,
Mª Teresa

Anônimo disse...

Pedro,
não sei se vc esperava um comentário da sua prof de redação 1, mas aqui vai: muito bom. quero conversar sobre.

Anônimo disse...

Gosto de txts nesse estilo... ótimas comparações...
Agora o Brasil deveria enviar um herói pra América.. ahh nao.. jah foi um dia.. Lembra da Sol, ou Débora Secco com preferir... ela precisou até desafiar incríveis desertos e caçadores de gente pelo méxico... hunff rs..

 
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