quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Vôo da Crise

 Assistindo uma cena de Aviator, filme sobre a vida de Howard Hughes, me surgiu um paralelo entre palavras atribuídas ao magnata e a crise financeira. Na cena Hughes está sendo bombardeado pela retórica da família de Katherine Hepburn. Se defendendo à instigação da mãe da atriz, que ostenta que a família não se importa com dinheiro, diz, “somente porque você sempre o teve.”
    Hughes chegou à beira da falência varias vezes nos seus primeiros anos. E a resposta, verídica ou não, resume bem o caráter do homem, apelidado de Aviador, que durante sua vida trabalhou assiduamente, apesar de ter herdado um império. Mas além da perspectiva que dá sobre Hughes, a frase também aponta à realidade de uma classe e seu comportamento.
    Paul Krugman em artigo para o New York Times recentemente escreveu que os problemas dos EUA estão enraizados no endividamento do povo e sua falta de liquidez. Também adverte que as recentes tentativas da massa de economizar podem levar a uma queda na demanda de consumo. Concordo, mas proponho que esta queda talvez seja inevitável, por outras razoes.
    Descoberto há 500 anos, os EUA é um país novo. Foram cria de um mundo em evolução rápida e substancial. Muito como Hughes, que foi entregue uma fortuna aos 19, o fim da segunda guerra mundial entregou controle financeiro/político do mundo às mãos de um país então adolescente. E apesar de terem controlado o mundo por décadas, a ultima foi marcada por sucessivas derrotas.
    Grandes crises em nossas vidas tendem a nos amadurecer, e com o passar dos anos o Aviador aprendeu a ser eficiente com seus gastos e tomar riscos calculados enquanto construía a maior fortuna de seu tempo. Foi jogado à adultidade cedo e surgiu um homem. Veremos agora que destino terá sua pátria.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Coisas do dia

Ar Fresco

Para quem acha que o mundo gira em torno da lógica, aponto-lhes ao fenômeno de gêmeos feios. Semana passada os noticiários noticiaram (que surpresa) a noticia de um prefeito que comprou dez secadores de cabelo para secar documentos encharcados durante uma enchente. Em outro lado do país um deputado sugere o plantio de arvores obrigatório para quem quiser se casar, entre outras atividades. Diante de sugestões tão criativas, decidi dar meu palpite, vamos erradicar a fome no Brasil? Sugiro trocarmos as arvores dos centros urbanos por arvores frutíferas. Esta com fome, vai subindo...

Detalhe

De acordo com o JB, em defesa de seu amigo e partidário, Jarbas Vasconcellos, Pedro Simon veio ao palanque avisando “Eu sou favorável a falar, criticar. Se o partido tem alguma dúvida, que abra um processo. Mas acho que ninguém vai querer que ele (Jarbas) fale tudo o que sabe...”
Ninguém menos o contribuinte, neh Simon... com todo o respeito.

Ala Americana

Numa pequena cidade nas extremidades de São Paulo um prefeito instalou 24 câmeras no hospital para vigiar o atendimento. A idéia foi logo batizada de “BBB da saúde”. Por enquanto nenhuma reclamação dos funcionários, que aparentemente nada têm a esconder. Imagina se fosse nos bastidores do senado...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Mr. Jackson pt.1



No interesse de espaço preciso dividir esta crônica em duas partes. Portanto acredito que o texto abaixo já diz muito e portanto não sei quando retornarei a ele para finaliza-lo. Acabo de terminar um livro chamado American Lion: Andrew Jackson in the White House. Jackson como se sabe foi um presidente pouco popular dos EUA. Gostaria de transcrever um trecho (traduzido) do livro, escrito por John Meacham, aqui. A priori, prefiro me abster de opinar, potanto deixo a reflexão ao leitor.

...Jackson ... se deparou com um caso onde um homem, Russel Bean, tinha cortado as orelhas de uma criança durante um episodio de embriaguez. O xerife local temia Bean, que se recusava a aparecer no tribunal. ‘Russel Bean recusa a se entregar.’ o xerife disse a Jackson, que mais tarde contou o caso a Henry Lee. Com isso Jackson ficou surpreso e informou ao servidor que ‘tal resposta era absurda e não poderia ser aceita, o criminoso tinha que ser preso, e que o xerife tinha o direito de coordenar uma posse comitatus (quadrilha) para ajuda-lo a aplicar a lei.’ O xerife o pediu que se juntasse à posse. Se armando, Jackson concordou. ‘Estarei contigo para ver que cumpras teu dever’ ele disse ao xerife que o levou à cidade onde Bean ‘armado com uma faca e um cinturão de pistolas’ estava ‘se gabando de sua superioridade à lei e entretendo o povo com instigações e reflexões sobre a covardia do xerife e a timidez do tribunal.’ E foi então que o tribunal- na pele de Jackson- apareceu. ‘Agora se entregue seu vilão infernal, neste instante, disse Jackson, ou irei te deixar furado.’
Desinflado pela presença de Jackson...Bean... largou suas armas. ‘ Eu me renderei ao senhor, mas a nenhum outro’ disse Bean.
Jackson as vezes era temperamental e insensato, mas aqui, num pequeno pedaço de Tenessee, nós vemos a tremenda confiança que os outros tinham nele durante momentos de perigo, e o respeito que sua coragem inspirava em seus adversários. ‘Quando há perigo presente, não posso correr dele’ Jackson contou a Rachel (sua esposa). Ele se dispunha a fazer aquilo que os outros não faziam- ou não conseguiam. Num mundo de ameaças, esta disposição o tornava um herói, uma figura central, alguém em qual se podia depender.”

 
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