quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

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    Engraçada a relação tão intrínseca do mundo com a economia. No início do século vinte o Carro Elétrico dominava. A eletricidade era produzida à base de combustíveis fosseis para carregar a bateria dos carros. Mas com o desenvolvimento das Economias de Produção surgiu um aumento da dependência sobre o Veículo, e consequentemente um aumento de vendas. E com isso surgiu uma oportunidade no mercado. Por que extrair combustíveis, para então gerar eletricidade, e depois carregar o carro? Poderosas como Standard Oil (Exxon Móbil), logo viram que não se precisava mais do “middle-man”. Podiam simplesmente refinar o óleo e vender gasolina diretamente. Cem anos depois, em meados de uma crise das grandes produtoras de veículos, são os mesmos incentivos econômicos que revitalizaram das cinzas o modelo Elétrico.
    Detroit anuncia este ano seu plano para começar (voltar) a produzir carros eléctricos. Para aqueles que pensam que os motivos são ambientais, pensem novamente. A maioria da eletricidade produzida nos Estados Unidos vem da queima de Carvão. Para os que não sabem a queima de carvão é a forma mais danosa ao ambiente de se gerar eletricidade. E diante das tecnologias de produção de eletricidade virtualmente limpas à base de vento (veja ao lado minha foto na Alemanha) e água, podemos descartar a defesa dos propósitos ambientais. Mas então por que será?
    Lá vem a economia de novo. Pergunto: O que fariam empresas como a Exxon Móbil se de um ano para o outro os carros do mundo não precisassem mais de seus produtos? Falência, crise econômica, caos... E lógico com tantas noticias informando essas multinacionais que o mercado esta começando a andar nesta direção estas começariam a inovar sua oferta de produtos, integrar novos métodos (etanol, biocombustível, etc.). Esquisito que a Exxon Móbil acaba de votar em sessão fechada a continuar o investimento na produção de petróleo? Já matou a charada?
    A verdade é que quando Detroit começar a produzir estritamente carros elétricos, os EUA poderão abandonar o carvão e simplesmente ajustar sua produção elétrica para a base de petróleo. Assim, não matarão de noite para o dia um dos mercados mais importantes a sua economia nos último século. Afinal, seja o petróleo Americano ou não, são as empresas deste pais que controlam a maioria do transporte marítimo internacional do produto (onde mais se lucra).
    Porém, a campanha de propaganda já funcionou. A CNN e a Reuters fizeram com que o mundo ficasse feliz com a idéia. Foi um esforço tão eficiente quanto aquele que faz o carioca pensar que está andando de metro enquanto fica em pé num ônibus de Copacabana à Barra.

Um comentário:

Golaço disse...

Fala Pedro!!
Gostei como sempre do teu texto refinado em palavrase e conhecimento.Suas ideias são iradas.Vamo agitar os nossos projetos em 2009.

Um abraço.

Kadu Braga

 
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