Contrassenso
Jean-Jaques Rousseau acreditava que todo o mal do mundo nascia da desigualdade. Enquanto defendia que a desigualdade física era incorrigível , acreditava que era nossa obrigação diminuir a desigualdade política/moral. O governo parece desconhecer essas filosofias que há tempo revolucionaram a forma do homem pensar.
Foi anunciado ontem um corte de dez por cento do custeio e investimento em educação. O
impacto: Quem sabe. Já faltam professores, alunos passam de ano automaticamente, e poucos são alfabetizados. Mais adiante os que quiserem um diploma universitário precisam chegar armados na fila, porque vaga meus caros... são outros quinhentos.
Enquanto o sistema carece de vagas universitárias para os milhares que saem do segundo grau a cada ano, nossos governantes ousam ostentar a existência de um sistema de educação público. E apesar dessa violação grossa da Razão(também nascida da revolução) vemos a desigualdade infiltrada no resto do sistema. A nota média nas escolas públicas sendo abaixo de 6, os que podem são basicamente obrigados a gastarem fortunas com educação particular. Assim sendo, a sociedade se encontra segregada entre aqueles com instrução, e portanto perspectiva de empregos dignos, e aqueles que passarão as vidas infusos na ignorância, sujeitos ao trabalho escravo (485 reais é escravidão!). Pelo menos existe coerência: Não tem vaga na faculdade mas eles não têm instrução para passar na prova mesmo...
Há 250 anos Rousseau escreveu sobre a busca pela liberdade. Acreditava que essa só podia ser simulada, pois a sociedade, por sua essência, a cerceia. Mesmo assim arguiu que somente reduzindo as desigualdades chegaríamos a este estado de “menos mal”. Como todo produto importado, talvez as idéias chegarão aqui algum dia, claro com uma taxa de importação...


Faz duas semanas que dedico todo meu tempo livre(todos os 10 minutos diários) a Snorkeling. Descobri que existe uma quantidade extraordinária de vida marinha nas nossas praias urbanas, inclusive este amigo com quem tenho nadado frequentemente esta semana e que batizei de João. A foto não é minha. Logo mais espero tirar algumas para compartilhar.
Como foi defendido por um consagrado jornalista americano/brasileiro semana passada num bar carioca independente do ultrapassado sistema americano custar caro aos pacientes, o resultado é mais ou menos igual ao do moderníssimo sistema universal brasileiro. A diferença é que lá pacientes não são atendidos por não terem dinheiro, e aqui por inúmeras outras razões ... vergonha aos dois.
