O Cerco Aperta
Os prisioneiros de Guantánamo estão em posição precária. O partido democrata dos EUA anunciou que não liberará a verba necessária para fechar a prisão de Guantánamo (não a base naval, como muitos acreditam). Acontece que ambos partidos no congresso requerem detalhes meticulosos sobre o assunto antes de decidirem a questão. O maior empecilho atualmente é onde colocar os suspeitos de terrorismo.
Por mais hipócrita que possa parecer, os dois partidos do congresso se manifestaram veementemente contra abrigar os prisioneiros em solo americano. A razão dada ao público: medo, como sempre. Os senadores expressaram preocupações de que abrigar os detentos nos EUA, até em prisões de segurança máxima, aumentaria o risco de ataques terroristas. Engole quem conseguir.

Tenho minha duvidas de que o medo real dos atuais governantes, não é de ataques terroristas, nem da minúscula possibilidade dos detentos escaparem. O medo real de qualquer governo que se diz democrático é, ou pelo menos deveria ser (ex. Brasil), sempre o mesmo: a opinião publica. Afinal, imagina as repercussões de constantes protestos enfrente às prisões por grupos humanistas, e cidadãos indignados com a guerra. Out of sight, out of mind.
Na prisão da base naval de Guantánamo, litoral sul da Cuba, os prisioneiros aguardam esquecidos pelo tempo. Os debates políticos, assim como a investida de grupos de direitos humanos e algumas publicações, contra as detenções não têm a mínima chance de gerar qualquer conclusão enquanto não se abordar a questão essêncial.
Que direito tem os EUA de deter estes homens? Contra quantos deles existe sequer uma prova incriminadora?
O documentário Caminho para Guantánamo mostra claramente a arbitrariedade com que tantos destes homens foram capturados. Pode se argumentar que se trata de um caso isolado, mas quantos outros decorreram das mesmas normas usadas para capturar estes “terroristas?”
Então, onde vão parar estes detentos? Será que o governo Obama vai ter que recuar novamente em suas tentativas contra a situação herdada em Guantánamo?