sábado, 31 de outubro de 2009

O que se faz ao presenciar corrupcão? (Caso Real)

O cidadão do rio por mais vezes que não reclama que sua sociedade se encontra corrupta. Diante da passividade de uns e atividade de outros, nossas instituições falharam. Mas então o que fazemos quando vemos, como vi hoje, a corrupção ativa de policiais.

Os fatos: Às duas da tarde ao andar por Ipanema vejo um carro da Policia Militar numero 54-3403 parar perto de um caminhão que fazia descarga dando duas alertas da sirena antes de passa-lo e parar em frente ao veículo. Ao sair do carro dois policiais, um de carabina na mão, começaram a andar ao caminhão antes de ver um chinês que por ali passava, aparentemente sem envolvimento algum na descarga. Tornaram suas atenções ao homem que ao resistir confuso foi arrastado, ainda em pé, ao carro da PM. Lá foi revistado de forma grosseira chegando a levar um esporro para calar a boca. Depois, apesar de nada encontrado fora jogado no banco traseiro. Para finalizar um dos homens que ali faziam a descarga e até então sequer tinha sido abordado se aproximou aos PM’s e de forma discreta, um aperto de mão, os passou algo, presumivelmente dinheiro.

Ao chegar na próxima cabine da PM na praça General Osório encontrei quatro policiais da unidade almoçando e perguntei o que estava acontecendo. Fui informado que “deve ser drogas”. O policial ao ouvir meu relato sequer interrompeu seu almoço e explicou que foi maneiro minha preocupação, aparentemente me elogiando por algo extraordinário, ou pelo menos mais do que ele faria. E então?

Ao chegar em casa liguei para o Disque Denuncia onde tive a oportunidade de ouvir “Fur Elise” durante dez minutos antes de desistir. No site da prefeitura fui novamente frustrado ao ver que não existe área para denuncias. Mas o maior empecilho foi quando ao entrar na pagina do Governo do Estado do Rio de Janeiro e encontrar uma área para denuncia anônima (ou seja já se pressupõe medo do cidadão se for honesto) e ser informado a descrever detalhadamente o evento, minha denuncia foi negada por passar de 6 linhas. E depois de editada, continuamente negada sem razão aparente.

E a pergunta que não quer se calar, O que faz o cidadão diante da corrupção continua? Nada. Sentem de braços cruzados, pois qualquer ação será frustrada. A semanas os céus nublados não passam na cidade maravilhosa, parece metáfora, ou coincidência, mas é fato.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

IOF no Reino da Dinamarca

Enquanto o mundo se preocupa com balões e outros tantos, a recente e talvez polêmica IOF é causa das manchetes de economia. No suposto interesse de manter o Real fraco contra o Dólar nosso governo tem assumido uma posição preocupante diante a queda da bolsa. Mantega, nosso ministro vaselina, chegou a explicar que “um excesso de capital no mundo poderia causar uma bolha na nossa Bolsa” (como visto n’O Globo 21/10). A taxa inibiria a entrada demasiada da moeda estrangeira.

Traduzido do economês, taxar os Dólares que entram diminui a quantidade destes o que o fortalece no território nacional ao mesmo tempo enfraquecendo o Real. A idéia é fortalecer o investimento direto e tira-lo da bolsa.

O problema é que no Brasil, que somente se industrializou a menos de oitenta anos, ainda não se desenvolveu uma cultura de investimentos forte. Estes em grande parte foram feitos por esforços estrangeiros ou com capital destes. No momento o país encara uma era de grandes investimentos (pré-sal, olimpíadas, copa...) e uma taxa sobre a moeda estrangeira, que dificilmente inibira sua entrada, pode causar o efeito indesejável de constringir o investimento domestico. Isso devido ao Real fraco no território nacional que não conseguirá competir com capital estrangeiro. E se conseguir, há algo podre no reino da Dinamarca...

Também existe como tem sido praxe com nossos governos o risco comodismo. Uma taxa sobre os dólares que entrarem será uma forma de lucro certo, o que pode levar, como foi o caso em tantos outros países emergentes, à falta de ação interna. Ao pé da letra significa que se o governo receber o imposto por fazer nada, não terá interesse em melhorar a situação para o investimento nacional. Terceirização do crescimento.

As políticas econômicas neste país surgem de trás de uma cortina de seda, aparentemente calculadas estrategicamente visando o futuro do país. Mas como já foi dito neste blog mais se parecem com balas perdidas, soltas sem meditação ou o devido debate público. Isso em parte se deve ao publico que pouco se interessa pela economia do estado e raramente sabe para onde vai o dinheiro que contribui. Por outro lado é categórico de um estado de um líder carismático que é tratado como herói do povo ao invés de administrador eleito. Mas este é outro texto.

Deveríamos analisar os próximos anos com cuidado e paciência, pois nossas atitudes economicas agora definirão a situação das gerações porvir.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

KIng Size do Rio de Janeiro

Lá vai para quem ainda não conheceu... Este sem comentários deu um show de entrevista.
Conheçam também a comunidade do orkut cujo texto me fez rir a manhã inteira!!!


Simplesmente a coisa mais genial que vi nas últimas semanas. Fico imaginando um bando de integrantes da máfia chinesa sentados em volta de uma mesa pensado em maneiras de zoar ele. Se dedicando religiosamente a destruir a vida deste cara. Ouro puro...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Estado do Sitio

_________________

­­Zelaya meu caro Zelaya

Está ai um cara que realmente conseguiu um ato inédito beirando milagre: rejeição Norte-americana de um golpe de estado na América Latina. Merece premio, neh? Que tal um Oscar? Ou talvez beatificação...

Panem et Cicernes: Uma receita desastrosa

Petro-sal. O mundo de negócios não fala em outra coisa. É só adicionar uma Olimpíada e 10 minutos no microondas que o público está novamente convencido que o Brasil é o país do futuro. Com segue a velha piada, sempre será. Acontece que por incrível que pareça, existe um extenso acervo de estudos sobre os efeitos políticos e econômicos dos paises onde se encontrou reservas de petróleo. Se chamam (veja só tem até nome) Rentier States. Incrivelmente, nenhum deles se encontra hoje em condições de maior desenvolvimento econômico, político ou social. Inclusive, sem exceção continuam todos onde estavam, alguns piores. Por que? Divide et impera. Mas levando em conta o modelo básico de negócios, podemos ter certeza que não interessa aos gigantes do petróleo ter maior oferta do que demanda. Food for thought.

Coincidentemente, existe um estudo feito por uma jovem Iraquiana Nila Alahmad chamado “The Politics of Oil and State Survival in Iraq (1991–2003): Beyond the Rentier Thesis” que seria imprescindível para quem quiser entender melhor os sintomas dos Rentiers. Cobre a historia política/econômica do Iraque durante os 10 anos antes da invasão. É um trabalho bastante esclarecedor neste sentido e também sobre a invasão. Para quem tiver tempo...

Diário da Colônia

Mais uma vez na colônia de Santa Cruz degustamos uma inversão dos valores republicanos. Alguns talvez se lembram quando diante a “ousadia” do juiz Fausto de Sanctis de prender Daniel Dantas, que hoje já não faz mais capa de jornal, o Presidente da STF deu um salto para os microfones para defender o Danielzinho. Isso num caso criminal, e claro, se apressando no tramite judicial para intervir. Afinal, coisa importantíssima. Enquanto isso, um ano e tanto depois, o presidente da câmara dos deputados ignora ordem do STF para divulgar dados sobre a verba indenizatória à Folha e o que acontece? Nada mais nada menos que o resultado “inesperadississimo” do velho faroeste de cabeleireiro: Papo pra lá, papo pra cá. Resumindo, o caso de um homem requer intervenção imediata da corte suprema, enquanto a transparência de gastos públicos que potencialmente revelarão danos a todos nós, nem tanto. Ou seja, 200 milhões de brasileiros não valem um Dantas.

Entre as varias estipulações postas por Rousseau para a existência de legitimidade do Poder está o preceito de igualdade formal entre os homens, isto é política e jurídica. Mas o que ele sabia...

WQS

Para quem se interessa, a etapa de surf carioca do WQS (qualificadora mundial) patrocinada pela Oakley está congelada. Acontece que apesar dos subsídios substanciais, inclusive do Metrô do Rio que sempre alega falta de recursos para adiantar suas obras, o mar não colaborou. O dia ontem fechou sem ondas, causando a 20a bateria a ficar esperando na areia, antes de ser dispensada. Tudo indica que teremos a continuação do evento até quinta. Boas ondas.

 
Creative Commons License
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.