quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Transparência Indesejável

Hoje marca um dia histórico, pelo menos para mim. Como jornalista não é incomum me encontrar cercado por “diehard petistas”, como gosto de os chamar. São aqueles capazes de desculpar qualquer coisa petista ou lulista, custe o que custar. É comum que estes, no maior contrassenso se considerarmos o modus operandi dos dois governos, se declarem anti-Chávez. Pois bem. Então, por que um momento histórico? Porque á partir de hoje terei um argumento claro e objetivo para os mostrar justamente o que tanto defendem nos botecos cariocas.

O governo Lula, além de desistir da intenção de estabelecer uma comissão direcionada ao esclarecimento e possível punição (sinônimo de castigo, para os que já não reconhecem a palavra) das torturas cometidas durante o período da Ditadura, decidiu manter a intenção de monitorar as linhas editoriais e poder de interromper programas.

E agora? Diga-me João PT, o que tens a me dizer.

Quando Hugo Chávez se Recusou A Renovar a licença da RCTV em 2006, a casa caiu. Para começar todos chamaram de cancelar a licença: O velho jogo das Manchetes. Logo mais começaram as acusações – discursos dos mais vigorosos denunciavam o tirano, ditador, etc. Mas poucos param para ver a lógica, ou pelo menos a profundidade da questão.

Em um documentário já batido no meio jornalístico, A REVOLUÇÃO NÃO SERÁ TELEVISIONADA, se mostra tentativas deliberadas da RCTV durante o golpe de 2002 na Venezuela de enganar os espectadores sobre o que se passava. Ângulos seletivos de filmagem chegaram a inventar um tiroteio entre os que apoiavam Chávez e o “público indefeso”, que na verdade era uma rua vazia. Diante tais ações cometidas por uma emissora poucos dos paises desenvolvidos, se algum, teriam permitido a emissora a voltar a funcionamento pleno no dia seguinte, muito menos por quatro anos, como foi o caso da Venezuela.

Mas deixando de lado a consideração de mérito desta ocasião, podemos afirmar como cidadãos do vigésimo primeiro século que qualquer ação pré-orquestrada para prevenir o exercício pleno da liberdade de expressão é incoerente com os princípios da sociedade moderna. Afirmar por lei o poder “monitorar a linha editorial” constitui tal ação.

Não pretendo defender Chávez, nem crucificar os demais. Exponho aqui somente uma opinião: No fundo, no fundo, é tudo farinha do mesmo saco. Afinal, são todos governantes, e se diferenciam como tal. E nós, meus caros, somos apenas o povo. E é como povo que expresso, como ainda é meu direito, que hoje, neste novo ano, nosso governo se mostrou transparente, transparentemente retrógrado.

2 comentários:

Unknown disse...

Adoraria discutir esse assunto nos bares do Rio...
Nao que eu seja uma"diehard pestista", longe disso.
Mas nem tanto ao ceu nem tanto a terra.
De qq forma,parabens pelo texto.
bjks
Denise

Sindicato.bazar disse...

Olá, polemico seu blog heim, mas bem legal.

Tenho um blog de bazar quando puder dá uma passada lá.

http://sindicatobazar.blogspot.com/

Bjs,

 
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